terça-feira, março 29, 2005


J'accuse e assim



ilustração do Zero à Esquerda


Os blogs foram atacados por uma vaga de musicalidade. O leitor incauto vai dar uma voltinha pelos seus favoritos e é invadido pela banda sonora dos ditos, sem mais nem aquelas. O som, em si, é sempre agressivo quando inesperado e, no caso, a minha reacção instintiva é fechar imediatamente a página. Para ser sincera, a minha reacção instintiva passa também por uma interjeição retumbante. Caros favoritos, não é forçoso que ao visitante apeteça ouvir música e, enquanto desliga e não desliga o som, já o tímpano lhe foi violado. E a violação de tímpanos é uma actividade hiper anti-social.

Alegam alguns que um blog fica muito mais bonito com música. Bom, um naperon em cima do header era capaz de ter o mesmo efeito e preservava a membrana alheia. Pensando bem, ignorem a do naperon, que a membrana óptica também come. Depois, há os teóricos do blog como experiência global… céus, aposto que se pudessem colocavam um ambientador ao lado do sitemeter. E as papilas gustativas também teriam direito à vida, não? Há, ainda, quem remeta a responsabilidade para a partilha. Partilhar gostos e dar a conhecer preferências é, de facto, um argumento quase irrefutável. Eu disse quase. Ofereçam a partilha, não a imponham: ouvir música deveria ser escolha, em vez de a opção ser silenciá-la.

O problema é que o GF se debate com um surto de "casa de ferreirismo" e arrisco-me a ter de engolir a diatribe, quero dizer, o bom senso. Verdade, andam por aqui dois melómanos a sonhar com playlists para impor aos visitantes incautos. Sorte que são ambos informaticamente desfavorecidos e ainda não conseguiram convencer o calaceiro guardador do template a mexer-se. O que me permite dizer, pela primeira vez sem evidentes intuitos mobilizadores disfarçados de comentários escarninhos (pigarreio subtil), que neste blog a quietude está bem e recomenda-se.

(em fundo, estão a ouvir a conhecida canção revolucionária, "a preguiça é uma arma/eu não sabia" e mais uns pigarreios)

segunda-feira, março 28, 2005


E não se pode ajudá-lo?

Ao António Guterres, claro. Há, garantidamente, iniciativas que nos estão a escapar. Um abaixo-assinado às Nações Unidas com dez milhões de assinaturas. Cobrir de flores Louise Frechette. Convidar os outros sete candidatos para administradores da Caixa Geral de Depósitos. Beatificar Kofi Annan, via Melícias. Oferecer uma picareta a cada refugiado que se manifeste a favor do nosso candidato a Alto Comissário. Comprar ao dito sapatos de cunha e uma farda de hospedeiro de bordo para usar na entrevista e parecer adequado à função. Empenhai-vos, ó portugueses de pouca fé! Nenhum esforço é demais para levar Guterres a Genebra. Uma cidade simpática, situada a cerca de 2024 kms do Palácio de Belém.


Os grandes da Superliga

Superliga é o nome dado a um campeonato de futebol que de super só tem os orçamentos das equipas, perfeitamente megalómanos para um país na linha de água terceiro mundista.

Desaglutinando o termo, encontramos uma mentira e uma metáfora.

A mentira da superioridade: três clubes, que se dizem grandes, a esgotar, quase por completo, as simpatias do universo de seguidores, enquanto derramam desgraças exibicionistas, repetidas extra-muros, a que acrescem mais dois ou três – variáveis, em função das condições de pluviosidade e temperatura – a "dar luta". Pois…

E a metáfora da LIGA: um organismo autónomo que deveria regular ou tutelar o futebol profissional existente em Portugal, mas que de autónomo tem muito pouco e de regulador ainda menos. Neste lago, que não passa de um charco, os clubes não cumprem os compromissos fiscais mas continuam a pescar do outro lado do oceano trutas baratas e desmotivadas, e a pagar-lhes aberrações para os espectáculos apresentados. De facto, de facto, algumas dessas trutas nem num aquário se fariam notar.

A autónoma LIGA dirige os destinos dos clubes em função das cores no poder e sem vestígio do profissionalismo exigido por um mundo que movimenta milhões. Os dirigentes desportivos são distintos representantes da família Batanete, com a especificidade de nos fazerem corar de vergonha cada vez que se aproximam de uma máquina de filmar. Os árbitros (e, a prestar atenção aos epítetos domingueiros, as suas famílias também) são tudo… menos profissionais, o que até torna compreensível que alguns vejam com bons olhos um pequeno descanso num centro de estágio hedonista (eu ia dizer hotel com putas, mas censurei-me), proporcionado por pessoas que vivem do negócio do desporto milionário.

Só neste contexto se percebe o emergir de uma actividade tão lucrativa como a de empresário de futebol. Os empresários são os principais responsáveis por tudo o que de mal se passa à volta do rectângulo verde do jogo (desculpem a do rectângulo verde, mas neste tema o uso de imagens à comentador é contagioso). Eles, sim, são super beneficiados quando as equipas onde os seus jogadores chutam o esférico (ou, como se usa dizer, evoluem no terreno), ganham. No final do campeonato, se o clube onde colocaram os seus escravos futebolísticos for campeão, já podem despachar mais uma remessa a preços exorbitantes, com um lucro escandaloso para o trabalho desenvolvido.

Os Mendes, os Veigas e os Barbosas, são os Grandes desta LIGA, e fazem de tolos todos os que se dedicam a discutir o fenómeno futebolístico. Balelas para as discussões, se querem ver o verdadeiro fenómeno, olhem para o campo: futebol é a bola que entra, é aquela que vai à barra e aquela que sai ao lado.

terça-feira, março 22, 2005


Os médicos também não dão consultas nos hipermercados

… dizem os farmacêuticos.

Ah, não que não dão! É questão de os apanhar a jeito. Até na caça submarina, quanto mais presos ao carrinho atafulhado, na esquina dos queijos com a comida para cachorro.


Aspirinas nas gasolineiras, férias judiciais reduzidas…

A seguir vem Barrancos?


Apelo aos Piratas

Descedilhada e salivando por noticias, fui ao Bloff.
Impossivel.
Estou em negacao ou perdi o sentido de humor por falta de acentos.
Um dos melhores blogs, assim?
"Acabei de o ler... nao acabei de o acreditar..." ou coisa parecida que entretanto esqueci.
Piratas, desmintam imediatamente esse rumor de gosto santanastico.
Saudacoes corsarias,

A sub-sub-secretaria da adida cultural

quinta-feira, março 17, 2005


O choque tecnológico

Todas as mensagens sms de amor são
Ridículas.
Não seriam mensagens sms de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo mensagens de sms de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As mensagens de sms de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Mensagens sms de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Mensagens sms de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
D'essas mensagens sms de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)



O rmntxmo ke se kuide ;)
(que é como quem diz video killed the radio star, em linguagem sms)

quarta-feira, março 16, 2005


A fanfarra

O anúncio, em discurso de tomada de posse, da liberalização da venda de medicamentos que não carecem de receita médica é um gesto populista e manhoso.

A medida, em si, é relativamente consensual e tem o toque de afrontamento corporativo que encanta o cidadão comum, sem no fundo confrontar grande coisa… a ANF tem um peso diminuto nos corredores do poder, mas é suficientemente poderosa e barulhenta para dar realce ao beau geste.

Por esse mesmo motivo, foi escolhida como cartão de visita. Tinha os condimentos q.b. para encher a vista, entreter os media e gerar opiniões admirativas sobre os testículos governamentais.

Independentemente do acerto da decisão, a verdade é que é despropositada num discurso de tomada de posse, em que se justifica mais enunciar metas do que tirar coelhos da cartola. Coelhos que definem o rumo da discussão política, dando tempo ao ilusionista para tratar dos espelhos. Almas caridosas alegarão que se tratou de uma mera manifestação de vontade empreendedora, para encorajar o país na certeza da dinâmica reformista por que clama. Pois… já pensaram, ó indulgentes, na quantidade de medidas bastante mais importantes do que a possibilidade de comprar aspirinas em lojas de conveniência que Sócrates podia ter debitado? Só que não eram coelhos tão fofinhos, o que deixaria a opinião pública menos sensibilizada. Ou então tinham cartolas mais coriáceas. Vai daí, chapeau

domingo, março 13, 2005


Não se passa nada

Sócrates não foi empossado.

Portas não apertou a mão a Freitas.

Roseta nao foi à cerimónia.

Coelho não está fulo com Sócrates.

Vitorino levava caneta no bolso do casaco.

Santana não pôs gel no cabelo.

O Governo não vai ter maioria masculina.

Os impostos não aumentam.

Nem os combustíveis.

Bush não é um atentado à inteligência.

O Hino já não é Nacional por força da UE.

Não há um problema Nacional.

O FCP não levou 4 do Nacional.

Já não há CU Nacional.

Não se passa nada...que tédio!


O problema é estarmos bem habituados

Senão vejam os piores resultados do F.C. Porto no seu estádio:

1942/43: Unidos de Lisboa, 2-6
1944/45: Belenenses, 2-6
1974/75: Belenenses, 0-4
2004/05: Nacional, 0-4

Algum dos safardanas que enviou sms de falsa comiseração a portistas ou espalhou piadinhas púberes num blog com dois fervorosos quintos de sangue azul e branco, se lembra da época de 1974/75? Ou da de 1944/45? Pois... fiquem a saber que orgasmos múltiplos com o nosso desaire Nacional são óbvio sintoma da vossa abstinência forçada.

(Claro que o verdadeiro problema é a equipa não jogar ponta de uma haste, mas nunca é demais lembrar a tratantes que se deleitam com a derrota de um campeão a diferença entre a dieta do peso pesado e a fome do desnutrido...)

sábado, março 12, 2005


Começou já ontem

Um significativo e indefectível aumento da produtividade Nacional.


«Uma noite para lembrar»...

... precisou Couceiro.

Concordo. Deve-se aprender com os erros, mesmo que leve muito, mas muito mais, tempo com os de índole traumática.

Depois, não há que enganar: ante aquele escrete, o que é Nacional é mesmo bom.


Nota de rodapé: Prima, Diego, tentem manter uma certa calma e descontracção natural...

sexta-feira, março 11, 2005


Uma apostinha...

... que entre os Subscretários vai haver seis mulheres?
O nosso azar é não haver sub-sub-sub-sub-sub-sub-Subsecretários de Estado, que lá chegaríamos à paridade.
Claro que os homens também têm imensa razão de queixa: entre os administrativos, só há dois dactilógrafos, um fax e um agrafador.

Francisca e Prima

Em tempo: Esquecemo-nos dos lápis e do cesto dos papéis.
Outra vez em tempo: Apesar de no gabinete do Senhor Primeiro Ministro haver uma cestinha.
Ainda em tempo: Que, nos idos do Pedro Santana, era conhecida por sestinha.


Ora, então, já há Secretários de Estado

... quatro mulheres??? Alambazados!

Francisca e Prima

quarta-feira, março 09, 2005


Nascida a 8 de Março

Case study 1

Sei de uma senhora que fez ontem oitenta e três anos. Detesta festejar o aniversário, pois acha tolice comemorar o empilhamento de anos e recebe de mau grado prendas de familiares. Prendas de conhecidos recebe com o mais verdadeiro não se devia ter incomodado que alguma vez vi. Ainda detesta mais a coincidência de terem plasmado no "seu" 8 de Março um Dia Internacional da Mulher, pois acha absurdo comemorar uma inevitabilidade, ainda por cima infeliz. Já não bastava à Mulher a má sina de ter nascido mulher, ainda lho esfregam na cara. Porque não um Dia Internacional da Dismenorreia? Ou Dia Internacional da Depilação com Cera? Sim, que ela é crente firme na superioridade da condição masculina e lamenta profundamente não ter nascido homem. Como lamenta cada filha que não lhe nasceu filho. Não por ela, mas pelas filhas, coitadas.

Estranho este argumento da parte de uma matriarca, a última de várias gerações de mulheres com personalidade abrasiva e espírito indomável, que tomaram decisões sobre destinos familiares e geriram patrimónios em épocas de pianos e bordados. Quando escavo para além da superfície dos inevitáveis pormenores fisiológicos ou encargos de observância de cânones de beleza, descubro que a má sina de ter nascido mulher passa pelo limite da escolha. Na sua juventude, havia caminhos impossíveis e barreiras sociais insuperáveis no feminino. Que ela mantém vivas, porque as verdades são imutáveis e lhe foram incutidos valores de ferro. É muito triste ver uma mulher inteligente, que liderou famílias, comandou negócios e sentenciou caminhos, sem embargo ou peia de género, assumir inferioridade por natureza.

Case study 2

Fez ontem trinta e quatro anos e festejou com o enfado de ter de acumular data tão importante com a parvoíce do Dia Internacional da Mulher. Ela, que nunca na vida foi discriminada e até desconfia que tal só acontece a mulherzinhas débeis e incompetentes. Ela, que foi sempre a melhor aluna de todas as turmas, respeitada por colegas e professores. Ela, que é uma profissional invejada, cortejada e admirada, com elevado rendimento e muitos dependentes. Ela, que é a melhor no que faz e nunca precisou de quotas para vencer e convencer. Ela, que tem um marido de sucesso para quem as conveniências conjugais são imperativos de vida. Ela, que teve filhos sem ter prescindido de nada pela maternidade. Ela, que é feminina sem deixar de ser uma líder de homens. Ela, que no dia em que o macho da espécie lhe estendesse a face da violência ou do paternalismo, seria implacável no desagravo, o rifaria com estrépito e receberia a competente indemnização. Ela, que não gosta de feministas porque são gajas básicas e mal amadas. Ela, que acha o feminismo uma assunção de menoridades... Ela, co-festejar no Dia Internacional da Mulher? Que toleima! Arranjem um Dia Internacional do Homem e quando entregarem, à entrada do centro comercial, um cravo azul a todos os tipos, aí, sim, ela receberá a rosa cor-de-rosa com que ontem insistiam em a agraciar.

Gosto muito das minhas duas espécimes, nascidas, com quase cinquenta anos de diferença, a oito de Março. Ambas - de forma diferente que o o tempora! o mores! não perdoa - são bons soldados na causa da igualdade. Embora recusem a militância. E a própria causa. O que é o maior sinal de que a discriminação existe, está viva e não se recomenda.

terça-feira, março 08, 2005


Vão chamar arrogante ao rai...



... Rijkaard!

segunda-feira, março 07, 2005


O álbum dos cromos

Tive um colega de faculdade que era dirigente da Juventude Centrista. Bom rapaz, de pouca imaginação e mediano intelecto, tornava-se chato pelo seu fervor na captura de novos aderentes. Tinha, claro, comissão na venda do produto, pois todas as adesões lhe seriam relevadas na contagem de espingardas. Por mais que o elucidasse que não era de filiações (o fêquêpismo é religião) e que tinha barreiras intestinas a muita da linha ideológica do seu partido, o meu colega não desistia de vender o peixe. Explicava-me que a ideologia era irrelevante e que a adesão só me traria vantagens: sendo um partido pequeno, era fácil subir na estrutura com um mínimo de devoção. E sendo um partido essencial à obtenção de maiorias, era fácil chegar aos cargos dependentes do poder político. Uma boa cabeça no CDS/PP dava ministro certo, jurava ele.

O absurdo episódio do retrato de Freitas, fez-me lembrar o meu colega. Não que seja protagonista, é carta fora do presente baralho. Mas da geração de pragmáticos ambiciosos que tornou o CDS numa lota só podia resultar a actual imbecilidade congénita. Já agora, enviem o retrato de Lucas Pires ao PSD, o de Manuel Monteiro ao PND e o de Adriano Moreira ao café onde milita na sueca. E engalanem a sede com micas de espermatozóides, são os possíveis retratos de família para quem nasceu de pai incógnito e inseminação artificial.

domingo, março 06, 2005


O retrato de Freitas

Não gosto do homem. Nunca gostei de delfins cinzentões, nem de egos com pernas. Como político, Freitas do Amaral pareceu-me sempre um razoável professor de Direito Administrativo. E depois? Tem todo o direito a pensar pela sua cabeça, a mudar de ideias, a expressar opiniões políticas e, sobretudo, não deve lealdades partidárias a ninguém. Aliás, a lealdade partidária é o penúltimo refúgio dos cobardes. Também não julgo correcto falar-se em pagamento de favores: nem Freitas precisava do miserável cargo de ministro, nem o PS do seu inefável apoio de peso pluma. Agora que começou mal, começou: Sua Exa só aceitou depois de conhecer todo o elenco? Presunção e água benta... Não fosse o elenco de pesos mosca, aceitaria ao conhecer Sua Exa?


Cama, mesa e roupa lavada

Nunca tendo renunciado ao cargo de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes tem toda a legitimidade para voltar ao lugar para que foi eleito nas últimas autárquicas. É infausto para os lisboetas, mas os sinais são claros: vereadoras várias, de santânica devoção, pronunciam-se pelo regresso; Carmona Rodrigues foi até Tenerife... (que altura mais absurda para visitar as Canárias); e, facto mor, o homem precisa de poleiro como de paté para a tosta e a CML é um mundinho de alcavalas, de benesses para distribuir e de oportunidades para aparecer. Certo, só resta um contrato a prazo, de seis meses, mas o Pedro nunca pensou a grande prazo. Qualquer acordo de regime para o colocar na banca a fingir que faz alguma coisa (ele não sabe fazer nada, a não ser relações públicas... um lugarzinho de porteiro no Budha Bar seria tão, mas tão adequado) dá-lhe pouca plataforma para as eternas aspirações. E estamos a falar de Santana Hoover, um pequeno doméstico sem fios à terra.

sexta-feira, março 04, 2005


Brotou

Primeiro-ministro: José Sócrates
Ministro de Estado e da Administração Interna: António Costa
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Diogo Freitas do Amaral
Ministro de Estado e das Finanças: Luís Campos Cunha
Ministro da Defesa: Luís Amado
Ministro da Economia: Manuel Pinho
Ministro do Trabalho e da Segurança Social: Vieira da Silva
Ministro da Justiça: Alberto Costa
Ministro da Saúde: Correia de Campos
Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas: Jaime Silva
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: Mário Lino
Ministra da Educação: Maria de Lurdes Rodrigues
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: Mariano Gago
Ministro da Presidência: Pedro Silva Pereira
Ministro dos Assuntos Parlamentares: Augusto Santos Silva
Ministra da Cultura: Isabel Pires de Lima
Ministro do Ambiente: Francisco Nunes Correia
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros: Jorge Lacão

Os mais competentes e os mais capazes, Sócrates dixit. Assim, à vista desarmada, parece que nos safámos da Edite...

terça-feira, março 01, 2005


As vacas sagradas e os ovídeos profanos

Vinha ontem no carro a ouvir uma entrevista de Rui Reininho à Antena Um, a propósito dos seus cinquenta anos (... e aos cinquenta é de esperar alguém gritar sweet little fifty). Já para o fim, dizia ele que gostava de escrevinhar umas coisas nos jornais e assim (e assim? hmm... cá para mim o Reininho também é blogeur – o "galicanismo" é para rimar com poseur), nem que fossem apenas baboseiras. Coisas como: mas porquê tantos lenços brancos acenados à Lúcia Vidente, o Fátima Futebol Clube até está bem classificado na 2ª Divisão B Centro... E aí a voz fugiu-lhe para o murmúrio e quase se ouvia o fulano pensar bolas, atirem-me água benta.

Eu – que achei piada à baboseira – fiquei a matutar neste pudor nacional (os torpes chamam-lhe pundonor) de "anedotar" sobre as figuras gradas do catolicismo em público. Até nos blogs se nota o insustentável peso da aura. Em privado, bom, aí a beatice pia fininho... e a Nossa Senhora de Fátima é a mulher mais sexy de Portugal porque já conseguiu fazer vir duas vezes... enfim, sabem que mais? O quarto segredo da ET da azinheira é este: há mais baboseiras ao cimo da terra que virtudes públicas no reininho dos céus.

(versão hiper censurada, vi et armis)

(ich, ovídea)